Vereadores discutem o trânsito de Nova Andradina
O bombeiro Hipólito Gabriel de Souza Dutra, que é geógrafo formado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), apresentou uma pesquisa realizada em 2011 com um diagnóstico sobre os acidentes de trânsito ocorridos em Nova Andradina.
Gabriel informou que hoje no município, são duas viaturas de resgate e cinco bombeiros militares nos plantões. Em sua pesquisa, foram catalogados os principais tipos de acidentes ocorridos no município no ano de 2011, a faixa etária, sexo, os principais pontos e horários dos acidentes ocorridos em Nova Andradina.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que o trânsito mata mais do que as guerras, pois em um ano, são registradas cerca de 1,2 milhão de mortes e mais de 50 milhões de feridos em acidentes. Em comparação com a 1ª Guerra Mundial (1914-1918), em que foram registradas 2 milhões de mortes e 4 milhões de feridos, na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), 1 milhão de mortos e 5 milhões de feridos, e na Guerra do Vietnã (1955-1975) em que morreram 21 mil pessoas e 91 ficaram feridas, os números mostram a violência do trânsito brasileiro, expôs o bombeiro Gabriel.
Nova Andradina possui hoje um alto fluxo de veículos e trânsito flutuante (dos veículos não registrados na cidade) igualmente alto. A cidade possui hoje a 6ª maior frota do Estado, atrás apenas de Campo Grande, Dourados, Três Lagoas, Corumbá e Ponta Porã, com 22.194 veículos registrados em 2011, e uma média estimada de 2,05 veículos por habitante, levando-se em consideração do Censo do IBGE realizado em 2010, que aponta Nova Andradina com uma população de 45.599 habitantes. Gabriel informou que o aumento da frota em uma década foi de 290%, e de número de motocicletas aumentou mais de 500%.
A pesquisa ainda mostrou os pontos críticos do trânsito em Nova Andradina, que são a rotatória de acesso ao município de Taquarussu, Avenida Antônio Joaquim de Moura Andrade, no cruzamento com as Ruas da Saudade e Imaculada Conceição e na saída para Batayporã. Ainda são apontados como pontos secundários a Avenida José Heitor de Almeida Camargo, próximo ao Supermercado Flor do Vale, o cruzamento das Avenidas Moura Andrade e Alcides Menezes de Faria, e o cruzamento das Ruas João de Lima Paes e Senador Auro de Moura Andrade.
No ano de 2011, foram registrados 238 acidentes, e deste total, 84% com envolvimento de motociclistas, 16% com carros. A maior parte dos acidentes de trânsito, 55,34%, são pessoas da faixa etária de 18 a 30 anos, seguido da faixa etária de 31 a 45 anos, que corresponde a 26,11% do número total dos acidentes registrados. Os homens são responsáveis por 64,6% dos acidentes, já as mulheres, 35,4%, segundo apontou a pesquisa. Os meses de maior ocorrência de acidentes foram outubro (com 31 registrados) e março, o mês com o menor número de acidentes no trânsito (10 registros). Já os dias da semana mais críticos, conforme a pesquisa, são os finais de semana, sexta-feira, sábado e domingo, no período das 15 às 21 horas. Gabriel analisa que estes números vem aumentando consideravelmente, pois apenas na primeira quinzena deste mês de julho de 2013, foram registrados 21 acidentes, com sete óbitos, o que vem causando preocupações a todos.
Antônio Carlos, do Detran/MS, afirmou que a pesquisa sugere que o maior problema é comportamental. “Podemos perceber que os problemas de sinalização e das vias é secundário, com base nestas informações”, declarou.
Os vereadores ainda fizeram perguntas sobre o trânsito local, e as medidas que serão adotadas visando coibir o número de acidentes. A secretária Elizabeth Nogueira informou que uma das primeiras ações será transformar as ruas para mão única no quadrante central da cidade, para oferecer maior fluidez ao trânsito. Estão sendo realizados estudos para implantar outras medidas.
Fonte: Bete Lopes / Assessoria