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Vereadores discutem a situação médica no Brasil

por Marcos Matos publicado 04/07/2013 16h50, última modificação 19/05/2015 19h57
Dr. Sandro Hoici promove debates na Câmara Municipal sobre a situação médica no País

O assunto que pautou a sessão ordinária realizada na noite de segunda-feira, dia 1º de julho, foi a discussão da situação médica no Brasil, bem como a realidade de Nova Andradina.

O vereador Dr. Sandro Hoici (DEM) apresentou dados do Ministério da Educação (MEC), que embora atualizados somente até 2012, mostram um panorama da educação superior de medicina no País, bem como a situação dos médicos. Em 2009, eram 177 faculdades públicas e privadas que ofereciam os cursos de medicina, e em 2012, este número sobe para 197. O número de vagas, no ano de 2009, era de 17.504, com 379.590 candidatos concorrendo aos cursos, o que, em média, representa concorrência de 21,7 por vaga.

Os formandos em medicina no ano de 2009 somavam 10.825 médicos ao ano, e com a evolução, este número chega a quase 13 mil, informou Dr. Sandro. “Hoje, cerca de 40% dos médicos formados no País não conseguem fazer residência, por falta de vagas”, afirmou.

Dr. Sandro apresentou um discurso do deputado federal Luiz Henrique Mandetta, também do DEM, que analisa como eleitoreira a proposta do Governo Federal trazer ao Brasil médicos cubanos, espanhóis e portugueses, sem passarem pela prova de revalidação dos seus diplomas. Mandetta também defende em seu discurso que a vinda de mais médicos ao País não solucionaria o problema, uma vez que o Sistema Único Brasileiro (SUS) não possui estrutura para realizar os exames pedidos nas consultas. “O País com mais médicos precisaria sextuplicar a instalação de equipamentos para manter o grau de ineficiência atual”, reforçou o deputado.

O vereador Vicente Lichotti (PT), mostrou o programa que está sendo elaborado pelo Governo Federal, em que uma das ações será levar médicos para as regiões mais carentes, visando suprir a falta de profissionais no Brasil e melhorar os serviços de saúde pública.

De acordo com diagnóstico do Governo Federal, o Brasil tem 1,8 médico para cada mil habitantes, índice abaixo de outros países latino-americanos, como Argentina (3,2) e México (2). Para igualar-se à média de 2,7 médicos por mil habitantes registrada no Reino Unido, que também possui um sistema de saúde público de caráter universal, o Brasil precisaria ter hoje mais 168.424 médicos.

Este déficit, segundo apontou o vereador Vicente, é um dos principais gargalos para ampliar o atendimento no SUS, está sendo enfrentado com medidas para levar mais médicos para perto da população. “Este debate tem que ser feito com base na demanda do povo brasileiro”, declarou Vicente.

O vereador Marião da Saúde (PR) afirmou que o sistema de saúde de Nova Andradina está precário, assim como em todo o País, e um dos grandes problemas enfrentados é a realização dos exames em tempo hábil. “Estou à disposição no que puder ser útil para auxiliar a melhorar esta situação”, afirmou.

O presidente da Câmara, vereador Newton Luiz de Oliveira, defendeu a votação da Emenda 29, que fixa os percentuais mínimos a serem investidos anualmente em saúde pela União, por Estados e municípios. Nenão afirmou que o descontentamento da população é geral, principalmente no setor da saúde, e que a decadência deve-se sobretudo devido à corrupção. “A falta de estrutura é geral. Queremos buscar soluções para a saúde, mas precisamos cobrar principalmente melhorias na estrutura para que os médicos tenham condições de atender melhor a nossa população”, analisa.

O presidente da Associação Médica do Vale do Ivinhema, Dr. Leandro Fedossi, usou o espaço da Tribuna Livre, e falou do movimento da classe médica brasileira para que os médicos estrangeiros passem pela revalidação dos diplomas para ocupar cargos no Brasil. Dr. Leandro falou das dificuldades encontradas para interiorizar um médico, fixar plantonistas nos hospitais, e defendeu a criação de um Plano de Cargos e Carreira para os médicos. Outra dificuldade apontada pelo médico foi a questão da estrutura da saúde, que precisa ser melhorada cada vez mais, para que assim, menos pacientes precisem se deslocar para outros centros. “Agradecemos este espaço cedido pela Casa, queremos abrir este debate e buscar as melhores soluções”, declarou Dr. Leandro.

Fonte: Bete Lopes / Assessoria

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