Sem projeto concluído, área ambiental em Nova Andradina é alvo de requerimento
O presidente da Câmara Municipal, Newton Luiz de Oliveira (Nenão) e o primeiro secretário, Robertinho Pereira, encaminharam nesta semana requerimento ao prefeito Roberto Hashioka solicitando à implementação de Área de Preservação Ambiental Permanente do “Parque Ambiental de Nova Andradina”.
Segundo os vereadores, o requerimento reforça o pedido de cumprimento do disposto no artigo 2º da lei nº 333, de 16 de outubro de 2002. Conforme a lei, a partir de sua publicação, o Executivo teve o prazo de dois anos para expedir decreto declarando as quadras 392, 412 e 413, da Vila Beatriz, como utilidade pública e mais três anos para desapropriar a área em questão de forma amigável ou judicial.
“Infelizmente ainda não contamos com a regularização destas quadras. É uma luta do município desde 1999 quando tivemos outra lei formulada e até hoje a população e a natureza sofrem com uma mata sem cuidados e sem proteção”, afirmou chefe do Legislativo.
A lei nº 162/1999 a qual o parlamentar se refere foi formulada durante a administração do então prefeito Luiz Carlos Ortega. À época, o Executivo determinou que a quadra nº 393 também fosse incluída na área de preservação e criou o Parque Ambiental de Nova Andradina.
Ainda em 1999, a Associação de Moradores da Vila Beatriz encaminhou projeto com proposta de construção de área de lazer. No projeto assinado pelo arquiteto João Pedro Leme Brandão e o engenheiro civil Eduardo Ruiz Rodrigues, o parque idealizado conta com praça de eventos, salão comunitário, biblioteca, quadras poliesportivas, pista ecológica com aparelhos de ginástica, entre outros itens.
Atualmente, a quadra 393 está ocupada. As demais quadras demarcadas continuam abrigando a mata, mas a situação é irregular. Sem as desapropriações previstas no decreto, o município comporta limitações para a efetivação de projetos de preservação ou o cercamento da área.
“Já passamos muito tempo arrastando essa situação. A mata precisa de cuidados. Hoje em dia ela está limitada a ser um depósito de lixo e os animais estão buscando comida nas casas do bairro. Um transtorno para a população e uma pena para uma região com a fauna tão rica”, argumentou Robertinho.
Intervenção
Em meio ao acúmulo de lixo e pontos marcados por usuários de drogas, a área de preservação é alvo de queixa da população local. “Vários moradores da Vila Beatriz nos procuraram e pediram para que víssemos de perto as condições da mata”, registrou Nenão. Acompanhado de Robertinho, o vereador solicitou a presença do promotor de Justiça, Plínio Alessi Júnior, para verificar as condições das quadras destinadas à preservação ambiental.
“É um assunto muito sério e buscamos essa orientação junto com o promotor. Nosso intuito agora é unir os três poderes – Legislativo, Executivo e Judiciário, para chegarmos a uma solução efetiva.”, analisou o presidente da Casa de Leis.
Ajuda
Solidário e comprometido. O perfil é do morador da Vila Beatriz, José Diogo Valadares. Com a presença constante de macacos na vizinhança que migram da natureza atraídos pelos alimentos e resíduos das residências, a maneira encontrada por Diogo para amenizar a situação foi construir um comedouro e abastecê-lo diariamente.
“Eu sempre passo umas duas vezes por dia e deixo comida. Tem uns 30 macacos e eles já conhecem até o som da minha voz”, relatou o morador. Banana, mamão, manga e alguns vegetais são a comida predileta dos bichinhos. “Eu tenho muita coisa no pomar da minha casa e aproveitamos bastante”, complementou Diogo.
Para o autônomo, a medida ainda não resolve o problema por completo, mas colabora com a diminuição das “visitas” dos animais nas casas da região. “Eles vêm mesmo. Tem vizinho que reclama até de macaco abrindo porta de geladeira, só que com menos fome, eu acho que a tendência é eles aparecerem menos”, pontuou.
Fonte: Ana Carla Barbosa / Assessoria
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